Pagador de Promessas abre caminho no exterior para o cinema nacional
- 20/03/2020
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O Pagador de Promessas é um filme de dramabrasileiro do ano de 1962 escrito e dirigido por Anselmo Duarte. É até hoje o único filme brasileiro e sul-americano a conquistar a Palma de Ouro do Festival de Cannes, na França, um dos mais importantes prêmios cinematográficos do mundo. A película é baseada na peça teatral homônima do dramaturgo Dias Gomes. Em novembro de 2015 o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Década de 60. Zé do Burro é um homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de Candomblé de carregar uma pesada cruz de madeira por um longo percurso.
Zé do Burro é o dono de um pequeno pedaço de terra no interior da Bahia. Seu melhor amigo é um burro chamado Nicolau. Quando este adoece e não se consegue fazer nada para que o animal melhore, ele faz uma promessa a uma Mãe de Santo do Candomblé: se seu burro se recuperar, promete dividir sua terra igualmente entre os mais pobres e carregará uma cruz desde sua terra até a Igreja de Santa Bárbara em Salvador, onde a oferecerá ao padre local. Assim que seu burro se recupera, Zé dá início à sua jornada.
O filme se inicia com Zé, seguido fielmente pela esposa Rosa, chegando à catedral de madrugada. O padre local, que representa a autoridade da religião oficial, recusa receber a cruz de Zé após ouvir dele a razão pela qual a carregou e as circunstâncias "pagãs" em que a promessa foi feita, impossibilitando o cumprimento da mesma. Todos em Salvador tentam se aproveitar do inocente e ingênuo Zé. Os praticantes de candomblé querem usá-lo como líder contra a discriminação que sofrem da Igreja Católica, os jornais sensacionalistas transformam sua promessa de dar a terra aos pobres em grito pela reforma agrária. Zé insiste em entrar na Igreja e recebe apoio da população pobre, que acredita que ele tem o direito de pagar sua promessa, criando, assim, uma situação de conflito com o padre. A polícia é chamada para prevenir a entrada de Zé na Igreja, e ele acaba morto em um confronto violento entre policiais e manifestantes a seu favor. Na última cena do filme, os manifestantes colocam o corpo morto de Zé em cima da cruz e entram à força na catedral.