E o cinema criou Brigitte Bardot
- 01/08/2018
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O diretor francês Roger Vadim não era bobo. Em 1956, quando lançou seu primeiro filme, "E Deus criou a mulher", revelou ao mundo a jovem atriz com quem se casaria. Em ousadas (para a época) cenas de nudez, Brigitte Bardot virou estrela do dia para a noite.
Vadim a descobrira em 1949, quando ela, aos 15 anos, aparecera numa capa da revista "Elle" como uma espécie de debutante do ano (era filha de um industrial burguês de Paris). O futuro cineasta, na época assistente de direção, soube ali que Bardot seria a atriz de seu primeiro filme. Casou-se com ela três anos depois e foi planejando sua obra enquanto ela ganhava intimidade com a câmera em pequenos papéis.
Quando rodou o filme, B.B. tinha 22 anos, aparentava menos e exalava sensualidade. Com seus lábios carnudos se juntando num beicinho que deixava os homens loucos e as mulheres morrendo de inveja, B.B. era, em tudo, diferente das estrelas de cinema da época.
Bardot colecionou papéis, maridos e amantes, tentou duas vezes o suicídio e lançou muitas modas. Na França, celebrizou Saint Tropez, onde se refugiou na sua praia particular, La Mandrague, após deixar o cinema. No Brasil, onde passou uma temporada no verão de 1964 com o namorado Bob Zagury, fez a fama de Búzios, então uma pacata aldeia de pescadores. Não chegou a ser uma atriz estupenda, mas sua presença na tela nunca era menos do que fascinante. Em 1973, aos 39 anos, disse adeus às telas e se lançou de corpo e alma a campanhas pelos direitos dos animais.