Janete Clair na TV Globo

  • 08/08/2018
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Janete Clair na TV Globo

A novela "Anastácia, a mulher sem destino" descia a ladeira da audiência em 1967, quando Janete Clair foi chamada à TV Globo para evitar a catástrofe. A solução seria outra catástrofe: Janete inventou um terremoto para matar 35 personagens sem rumo na novela e assim retomar o fio da história. Numa época em que a iniciante televisão brasileira ainda copiava o estilo dos dramalhões mexicanos, o efeito foi um sucesso. A historinha entrou para o anedotário da teledramaturgia pátria, e Janete Clair, para o cast de autores da Globo.

Mineira de Conquista, Janete Emmer (o Clair, extraído de "Clair de lune", de Debussy) vinha do rádio, onde trabalhara como radioatriz com a ajuda de Cacilda Becker. Aos poucos, tornou-se autora de radionovelas e faria depois a transição para a televisão. Conhecida depois como a "maga das oito", Janete criou um até então inexistente estilo brasileiro de novela.

Os sucessos assinados por Janete Clair começaram com "Véu de noiva" (1969) e "Irmãos Coragem" (1970), que alcançou 70% de audiência. É dela também uma marca histórica: o ibope de 100%, no Rio e em São Paulo, durante a exibição dos últimos capítulos de "Selva de pedra", em janeiro de 1973, superando até transmissões de Copas do Mundo. Seguiram-se "Pecado capital" (1975), "O astro" (1977) e outros tantos sucessos populares, capazes de incomodar intelectuais da época, que acusavam a autora de alienar o povo com tramas açucaradas. Casada com Dias Gomes, também autor de novelas, mas preocupado em dar um cunho sócio-político a suas tramas, Janete resistia à provocação. Ela morreu em 1983, aos 58 anos, e recebeu do poeta Carlos Drummond de Andrade a qualificação de "usineira de sonhos."


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