Lançado o telescópio Hubble, em 1990
- 13/08/2018
- 0 Comentário(s)
Pouco depois que o ônibus espacial Discovery foi lançado com o telescópio Hubble do Centro Espacial Kennedy no Cabo Canaveral, na Flórida, em 24 de abril de 1990, os astrônomos e cosmólogos tomaram um susto. O engenho que consumira 20 anos de trabalho de cientistas americanos e europeus e gastos de US$ 2 bilhões para sair do papel, construído pela Nasa, precisou ser consertado. Mas, logo, o Hubble, posto em órbita pelos cinco tripulantes do Discovery no dia seguinte, começaria a promover a mais completa revolução no conhecimento astronômico desde Galileu.
Para começar, fotografou Caronte, a lua de Plutão descoberta em 1978. Em seguida, enviou fantásticas imagens de quasares, de uma supernova e de grandes nuvens de hidrogênio entre galáxias, derrubando as teorias de que o espaço entre estas é vazio. Mas o melhor estava por vir. Em 1992, o Hubble enviou a primeira e mais forte evidência da existência dos buracos negros, ao fotografar um gigantesco disco de gás, poeira cósmica e estrelas, que parece estar sendo tragado por um ralo no centro de uma galáxia conhecida como NGC 4261. Dois anos mais tarde, confirmou o feito: enviou novas fotos, de um redemoinho que tudo indica ser também causado por um buraco negro, desta vez localizado na galáxia M87.
O gigantesco redemoinho tem massa equivalente à de 3 milhões de estrelas do tamanho do Sol, concentrada numa área do tamanho da Via Láctea. Gira à velocidade de 1,2 milhão de quilômetros por hora. A esta altura, ninguém mais duvida da existência dos buracos negros, entidades misteriosas que a teoria astrofísica previa existirem, mas que não podem ser fotografadas diretamente porque não emitem luz.
Outra façanha do Hubble foi balançar as estruturas do Big Bang, a mais completa explicação sobre a origem do universo. Segundo essa teoria, o cosmo teria surgido de uma grande explosão cerca de 16 bilhões de anos atrás. No entanto, fotos do Hubble sugerem que o Universo tem 8 bilhões de anos. Ele também conseguiu a primeira prova visual de que o universo está em expansão e assim deverá continuar, tornando-se cada vez mais rarefeito.
O supertelescópio também frequentou as salas de cinema. Lançado em 2010 nos Estados Unidos e no ano seguinte no Brasil, "Hubble 3D" conta a saga de sete astronautas que exploram o cosmos dentro do telescópio. Narrado pelo ator Leonardo DiCaprio, o documentário de 40 minutos mostra cenas desde os primeiros passeios espaciais até o nascimento de uma estrela.
Ainda em 2011, o ônibus espacial Discovery completou a sua 39ª e última missão. No dia 9 de março, o Discovery, que havia sido lançado em 1984, voltava à Terra, após 27 anos de serviços prestados à Nasa e à ciência.