Em turnê no Brasil, Louis Armstrong conhece Pixinguinha, Caymmi e JK
- 08/09/2018
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A vinda de Louis Armstrong ao Brasil, em novembro de 1957, ficou marcada na vida do Rio, então capital federal. O GLOBO acompanhou de perto os passos do trompetista, saxofonista e cantor desde a sua chegada no dia 25, com a quarta mulher, Lucille, informando toda a repleta agenda, que incluía apresentações no Teatro Municipal, no Country Club, no Maracanãzinho e na Embaixada dos Estados Unidos. Mas o ponto alto da visita do músico americano foi um encontro com a nata da MPB e o presidente Juscelino Kubitschek. Antes do desembarque no Rio, o trompetista havia passado por São Paulo, vindo de turnê em Montevidéu.
No Aeroporto do Galeão, o artista, considerado a personificação do jazz, foi recebido pelos fãs e a imprensa, que entrevistou um bem-humorado Armstrong, bem diferente do que desembarcara em São Paulo, quando um repórter esbarrou o microfone em sua boca,ferindo-o e fazendo com que fechasse seu famoso sorriso. De lá, seguiu para o Copacabana Palace para descansar, informou o jornal, e fez duas apresentações no mesmo dia.
Homenageado com um banquete no Palácio Laranjeiras no dia 26, o jazzman foi recebido pelo presidente Juscelino e o prefeito do Distrito Federal, Negrão de Lima, e conheceu Pixinguinha, Dorival Caymmi, Sivuca e Elizeth Cardoso, que lhe entregou um Disco de Ouro em nome do GLOBO, e Grande Otelo, entre outros artistas. Armstrong deu ainda uma canja, acompanhado pela sanfona de Sivuca, para alegria dos convidados. No dia 28, Louis Armstrong fez sua última apresentação, "um show popular no Maracanãzinho" e seguiu num voo às 23h para Caracas.
O histórico encontro com Pixinguinha inspirou o enredo daescola de samba Unidos da Tijucae será levado à Marquês de Sapucaí no carnaval de 2017.