Bailes de gala do municipal do Rio marcaram os carnavais cariocas
- 06/03/2019
- 0 Comentário(s)
Um dos destaques do carnaval brasileiro até meados da década de setenta, era o Baile de Gala do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Todo ano atrações internacionais eram convidadas para a festa com direito a mordomias que incluíam hospedagem de luxo nos melhores hotéis da cidade. Os foliões só podiam participar se comparecessem trajados a rigor ou fantasiados. Em anos diversos lá estiveram Kirk Douglas, Rock Hudson, Romy Schneider, Charles Aznavour, Edith Piaf, Vittorio De Sica, Rita Hayworth e uma infinidade de outros artistas, sem falar nas celebridades políticas e do high society. O Baile de Gala do Municipal, que era realizado na segunda feira de carnaval, costumava consagrar as músicas mais cantadas pelos foliões. Em 1967 só deu Máscara Negra, de Zé Kéti.
Porém, desde 1932, o ponto alto do Baile de Gala do Municipal, era o concurso de fantasias. Graças a revista O Cruzeiro e, mais tarde, também à Manchete, havia sempre uma expectativa imensa sobre o resultado daquele concurso cujo desfile dos vencedores ocorria a meia noite, durante o Baile. Algumas figuras tornaram-se nacionalmente conhecidas por causa do luxo das fantasias com as quais concorriam e, também, pelas brigas nos bastidores onde sobravam sopapos e arranhões para todos. Alguns nomes consagrados naqueles concursos: Wilza Carla, Evandro de Castro Lima, Violeta Botelho, Mauro Rosas, Núcia Miranda, Guilherme Guimarães, Marlene Paiva e o fora de série Clóvis Bornay símbolo daquela fase áurea do carnaval brasileiro. Ganhador de inúmeros prêmios com suas fantasias originais e sempre deslumbrantes.
O último Baile de Gala do Municipal do Rio de Janeiro foi realizado no carnaval de 1975 e a despedida foi melancólica. Ao apagar das luzes, lá pelas cinco da manhã, estourou um conflito generalizado entre os foliões, a maioria alcoolizada, resultando em prejuízos enormes para o edifício símbolo da cultura artística carioca. Assim terminaram os Bailes de Gala do Municipal que durante meio século projetaram no exterior uma das imagens mais fortes do carnaval brasileiro.